miércoles, 3 de diciembre de 2014

MARIA ESTELA GUEDES



AMOR INCA

Ouvindo "A Night at the Opera" na arrebatante voz de
Freddie Mercury.
Os Queen vibram aaaalto na rua
Assoprados de um barzito em Copacabana.
Where?! Copa
Cabana, uma vilória afavelada
Nas margens extasiaaaadas do Titicaca.

Duzentos e cinquenta quilómetros
De comprimento,
Noventa de largura,
Trezentos e cinquenta metros de maior profundidade,
Mais além, loooonge, à distância
De uma interminável viagem on the road
Com mulheres de saias pela cabeça
Velhos xamãs quechuas
Trepidando o ônibus jack-jack-jack
Pela estrada empoeirada entre securas savanícolas
E muitas pedras que pastam cabras magras
Tapando as orelhas à lataria automóvel
Nessas estradas mais compridas que Portugal
Estendido entre Galiza e Promontório Sacro.
Ahhhhhrrrffffffff!
Jack-jack-jack
Kero-kero-kerouac.

Algures, no Peru.
Um lago de altitude.
O maior de que existe notícia ou o mais alto
Ou o mais tranquilo
Ou o mais extasiado por ter dormido com Sol e Lua
Esses deuses de maior
Altitude ainda.
Quanto? Não sei, deixa ver: algo à roda dos quatro mil metros
Ou mesmo quatro e meio. O suficiente para
Se respirar a custo
E o coração bater no peito
Feito um velho autocarro a deixar cair as peças
Pela estrada que vai dar a Puno.
Bate jack-jack-jack
Bate Jack-jack-kerouac.


Lago da Tranquilidade devia chamar-se.
Pouco turismo, encanto na pobreza,
A imensidão azul-deserto, sem uma colcha à janela,
Sem uma porta da rua, sem uma criança,
Sem um barco em cima.
Água apenas e lisa como a Bela Adormecida.

Terra de incas, de altares ao Sol e à Lua
No cume de escadórios íngremes de tantos degraus
Quantos os dias do ano
Em ilhas escondidas na câmara ciano-líquido.
Lamas juvenis viram o focinho tenro
Para a objetiva
Enquanto meninos pedem dinheiro aos turistas
Pelas fotografias.

Regatos deslizam entre latidos de ervitas
Pelos degraus abaixo
Em tiquetiques de relógio
E chapechapes de jangadas.

Mal de altura, o fôlego perde-se a cada passo, e então
A subir tantos graus quantos os degraus
Da escada de Jacob, que só no regaço de Deus terminam?

Mastiguemos umas folhas de coca, bebamos chá de coca,
Ilusões que não fornecem oxigénio, apenas tranquilizam
Quem tem fé em elixires mágicos.

Copacabana, a pobreza espreguiçada nas margens
Do luxuoso Titicaca. O imenso lago de altitude
O andino mar interior
Como um suspiro de luzidia alga.

Loja sim, loja não, é uma agência de viagens.
Quatro horas da tarde, passa gente despida e gente vestida,
Reflectindo a amplitude térmica diurna
Despropositada.

De noite, um gelo. De dia, os tropicais abrasões solares.
Por isso as samarras quentes, os ponchos, os gorros
Da meia-noite ao meio-dia
E ao mesmo tempo as havanesas frescas e outras vestimentas
Do meio-dia
Nas tiritantes tardes
A crepitarem nomes de ilhas das Bermudas.

Cabelos lindos os destes incas, negros e lisos,
Negras e lisas noites
Brilhantes e compridas.
E oleosos também. Ou secos e partidos
Mas no olhar cativeiro de imagens
Ficam lágrimas escuras
De fios soltos e enrolados na nuca.
De noite adormecem com ela em sonhos de
Ilha do Sol e Ilha da Lua.

Profundo Titicaca, formoso céu és
Em terra liquefeito.
Tiro-te o boné! E os
Óculos escuros,
Para te ver as cores verdadeiras.

Copacabana, margem boliviana do lago Titicaca.
As mulheres
Carregam cargas à cabeça e filhos às costas
Para vender aos turistas, os homens ficam a ver.
Vai gente civilizada e europeia buscar essas crianças
Morenas
E pequenas
De rostitos precisos e agudos sorrisos
Na cratera dos seus olhos de obsidiana.
É rápida a transação e isenta de burocracia.

O Titicaca, ao fundo da miséria, encantada baía
Com dois ou três
Gansos flutuantes, mas
Nenhum humano se aventura nas águas
Que adivinho cristalinas pedrarias
De tão geladas.
Até onde o olhar avista, é mar azul-tranquilo
O altivo lago.

Passam dois jovens incas
Profusamente abraçados – que quererá isso dizer?
O Mário falou de gatos por e-mail,
Deve ter-se esquecido de um emoticon
Para subtrair os Carnivora à semiótica fauna.

Indaguei e só surgiram à tona da conversa
O já conhecido llama ou vicuña (Camelidae),
Que tem por ofício na ilha da Lua
Deixar-se fotografar com turistas,
E um tigrillo que também é gato,
Mas não abraçado a outro
Pela cintura
Na mais turística rua
Desse quase reles lugarejo
Cujo nome espelha o da outra Copacabana.
Copa-
Cabanas lhes chamaria não fora o material de construção
Mais evidente ser o burro
Isso, o tijolo, o barro, a seca lama.

Outros típicos Felidae apreciamos
Nos cafés a fazerem companhia
A senhoras sós
Como acontece também no comboio que trepa de
Assuão para o Cairo,
Nocturno e generoso em miados egípcios
Tão semelhantes aos venezianos
Em cantadeiras gôndolas.

O amor perde-se e ganha-se nos vários tons de
Azul-tranquilo
Do altaneiro Titicaca.

Assim admiramos europeias com incas
Machos ao lado
Em perfis esculpidos de condor
Nas esplanadas. O contrário ainda não vi.

O ar sem oxigénio é seco.
Abrasa o calor mas não se transpira.
Trespassam-nos os olhares de índias com nariz de rochedo
Na sua tez morena sem lua. Difícil distingui-las umas
Das outras. Belas raparigas que o amor,
Em sua dimensão maternal,
Transforma em matronas sujas.

Sujas, as saias cor-de-rosa aos folhos, recamadas
De lantejoulas,
O embrulho dos filhos e haveres às costas, a barriga
Inchada.
Baleias com um ridículo chapeuzinho à banda.

Tudo isto me tem causado pesadelos.

Passamos demasiadas horas na cama, penetrando
E deixando-nos penetrar pela carne.

O primeiro
Foi o de me rasgarem o ventre com um punhal.
Vvvvvvvveeeeeeeeeee!!!!!!!!!! Viiiiiieeeeee!!!!!!!
Um som fino a laminar o silêncio.
Aflijo-me em ânsias, gillettes lancetantes,
Antes de agonizar.

Noutra noite sonhei que me estava a transmutar
Num ser viscoso, verde e
Imundo, com tentáculos adesivos
E uma comprida infelicidade de lula.
Sepia officinalis, mais cientificamente.
Se não for Loligo, ou mesmo Octopus vulgaris.
Esses animais sem vértebras
Que escorrem cromatóforos
Deixando luminosos os dedos.

Esta noite sonhei que as pessoas andavam a ser mortas
No metropolitano, em Lisboa. Sonhei isso,
Aqui,
Nestas alturas desgraçadas dos Andes.


Eu ia com outros numa carruagem, deitados no chão, para nos defendermos. Quando o metro começou a andar, um tubo negro preso à parede deslocou-se, dobrou-se como ânfora redonda, e começou a soprar um gás pela boquinha de serpente. O jacto expirado com ruído frio, senti o odor do clorofórmio e gritei que nos estavam a anestesiar. Consegui fugir quando o metro parou na estação seguinte, mas corria pela noite sem ruído e sem dinheiro, sem cartões de crédito e sem documentos, e tinha de empreender uma longa viagem pelas favelas bolivianas até alcançar a segurança de uma casa.

A viagem experimenta o corpo,
O erotismo,
A sexualidade. Porém o espírito, a alma,

O que é feito deles? O que é feito do amor?
Devem estar cloroformizados.

Só o corpo se move nos écrans,
Voga como nenúfar

No azul-absorto do Titicaca.

Abraçado a espáduas morenas de incas
Nas praças, de preferência atlético e sedutor.

A alma foi sequestrada em La Paz
Por um bandido com charme
Que te levou todo o dinheiro
E agora não consegues regressar a casa.

Mais longe, as ilhas flutuantes dos Uros,
Feitas de totora
Aguardam na sombra que as fixem à terra
E alumbrem com luz eléctrica.

Ouve-se a cantiga de um telemóvel
Abafada a estridência no chão de folhas que sussurram.

Os barcos também de junco regressam
Às ilhas redondas de crepúsculo,

Os remos ruce-rucem no azul-cobalto das ondas
A fímbria dos vestidos de baile

Assim: taf-taf-taf-tafetá
Taf-taf-tafetá.

Bolívia e Peru, 2007/Lisboa, 2008


EU, DESCONTRAÍDA, A FAZER A BARBA

Eu nunca fui a S. Francisco.
Sonhei porém que um geiser
explodia numa girândola rósea-de-todas-as-cores
ao fundo de uma ladeira de S. Francisco.
Freud teria alguma palavra a dizer sobre este carnudo
assunto, mas disso sei eu mais do que ele.
Primeiro foi o som, um Buuuuuum!!! de explosão,
estava eu nessa altura muito descontraída
a fazer a barba.
Corremos os dois para a porta da barbearia.
Os carros andavam de saltos altos
em cima das lombas
trepando ofegantes
por aquela rua de barrigas empinadas.
Alguns automóveis iam gritando
como sirenes da Polícia
e outros iam pulando para a valeta
e resfolegavam uns contra os outros
ao fugirem do geiser de todas as cores,
jorrante num fundo de rua
de thriller rodado por noites betuminosas
na cidade americana de S. Francisco.
Estava eu espantada a ver tudo aquilo
no meu sonho de alto de ladeira,
à porta da barbearia onde fora
aparar barba e bigode.
Toalha branca ao pescoço,
num ambiente de vapores termais,
fitava o geiser furta-cores
a despedir luz em rajadas para cima
como bomba de lívidos neutrões.
O barbeiro, de navalha na mão, com a bata de nuvem
em carneirinhos e cúmulo-nimbos aconchegantes,
gemia: Ai! Ai!......................
Os olhos de cor melada, inodoros, derretidos em lágrimas
de chocolate cremoso.
Senti tanta atracção por ele que o abracei e disse:
Meu, para nos salvarmos,
temos de sair daqui numa rapidinha!
E ele respondeu, o gesto verde-esmeralda:
Nem tiro a bata, tenho ali o carro, vamos embora numa branca!
O calor de estufa subia pela ladeira
como salamandra aquática,
Triturus marmoratus, verbi gratia.
Sem intervalo entre vapor e suor,
uma espécie de concha a chupar entre pernas,
sufocávamos no sonho de cor morna e demasiadas palavras
gostosentas entesonadas dos vapores termais.
E assim fomos de carro ao contrário da direcção do geiser,
ele de mão na cabeça das mudanças,
a roçar para cá e para lá,
eu de toalha ao pescoço e ele de bata branca,
a navalha deixada no peitoril da janela da barbearia
para fazer ela as barbas sozinha
quando o geiser rebentasse dentro do útero da noite
a tensão partida enfim num ronronar ruivo de gato.


NA VÉSPERA DE EU SER INICIADA

Na véspera de eu ser iniciada
Receando qualquer percalço físico
A mim mesma repetia
A tão nítida chapa fernandina
À mingua de modelo verdadeiro:
Neófito, não há morte!
Sim, porque o carvão não é inofensivo
Faz fagulhas, o lume crepita a vermelho e azul
Sobre o veludo negro da morte
E o sangue mostra os dentes, seja em fio ou borbotões
Enfim, pensava, à falta de outro conforto
Que o neófito não morria, e não morre realmente,
Apesar de, defunto,
Ir vogando entre flores num caixão cheio de luzes
Como dos barcos ao longe
Dos barcos ao longe carregados de flores
Fala esse outro lampião, Camilo Pessanha.
Na véspera de eu ser iniciada, temia,
Para enganar o terror, sujar a melhor roupa
A cavar a minha própria sepultura
Em terra húmida, de lama esverdeada,
E a nela me deitar ao comprido, como quem à cama regressa
Depois de nela ter nascido.
Sim, porque não é fútil o carvão
Ele queima e deita faúlhas
E no petiscar vermelho e azul da sua chama
Dormem lobos maus de negro sorriso.
E então eu pensava, nesse verdadeiro raciocínio
Saído como poucos do húmus de Fernando Pessoa
Que a morte iniciática não era morte
Como realmente não é
Apesar de temer que ela me arreganhasse os dentes
Ao cavar por minhas próprias mãos a cova onde me deitaria
Assim a rachadora rachando lenha para se queimar
O lume acende com achas de cedro
O incorruptível - apesar de falso - Cupressus lusitanica
Negra lama lume lento lábios frios
Ei-la, gélida, que com mão escanzelada me levanta
E só dentes e perna de pau avisa:
Neófita, levas uma punhalada se não morres!
E como foi estranho e espantoso
Representar afinal o papel de Lucy no "Ofício das Trevas"
Ali jazendo, com a lápide pesada contra o coração
A respirar com dor, ouvindo
Morta jazida num berço a vogar no Nilo
O rio que é essa fita de água estendida no deserto
Entre duas tiras verdes de tamareira
Phoenix - será Phoenix? - talvez seja, mas não a reclinata
Ali deitada, a Fénix, no negro de uma obra alheia, ouvia
O hino a Osíris, Sol que se despede e ao outro dia regressa,
Os membros decepados e arremessados para todos os
Vales e climas
Assim a minha alma estagnava na língua dos mistérios
E morria como Osíris, tão estranho, tão estranho não poder invocar
Nem pai nem mãe de carne, o Sol pesava de encontro ao coração
Muito mais que ligeira pena de avestruz na balança de Anúbis
Eu era aquela morta em absoluto falecida
Que noutro mundo tão recuado para fora deste
Comezinho mundo de fetos
E urtigas confessava
Lucy também se confessa em negativo
Não, eu não matei
Não, eu não dormi com a mulher do meu primo
Nego, eu não suspirei pelo filho do teu genro
Como outrora, a químico, a escrita trespassada para outro lado
Do papel se chamava negativo
Nego o que na igreja se afirma
Ao contrário, renego a mentira, não quero a hipocrisia
Nunca se cruzam as mãos, nunca
Tudo ao contrário, como na confissão
E então a lua de chifres na frente
Aqueles dois cornos imensos
A enrolarem-se de luz nas sombras da Floresta Negra Curitibana
Ladrava de noite entre as hastes esguias das acácias
Manchadas de branco como caiadas
Para curar as feridas
Minha Mãe, a Lua, meu Pai, o Sol,
Como podia eu morrer à vossa frente, neste fato negro de cima a baixo
A noite - meu P.'.M.'. - a Noite era eu, ali despida, e o balandrau atirado
Para o céu, fazendo nuvens, eu, morta, enterrada até às últimas letras
De uma estrofe interminável
Eterna
Lua
Diuturnamente assassinada
Como Hiram o foi um dia
E todas as noites ressurrecta
Dessa morte que para o neófito inexiste
Minha Lua Lua ó Lua quem és, Lua?
Lua, Lua sou eu.


Maria Estela Guedes (1947, Britiande / Portugal). Diretora do Triplov.
Membro da Associação Portuguesa de Escritores, da Sociedade Portuguesa de Autores, do Centro Interdisciplinar da Universidade de Lisboa e do Instituto São Tomás de Aquino. Directora do TriploV.
Obras: “Herberto Helder, Poeta Obscuro”. Moraes Editores, Lisboa, 1979; “SO2” . Guimarães Editores, Lisboa, 1980; “Eco, Pedras Rolantes”, Ler Editora, Lisboa, 1983; “Crime no Museu de Philosophia Natural”, Guimarães Editores, Lisboa, 1984; “Mário de Sá Carneiro”. Editorial Presença, Lisboa, 1985; “O Lagarto do Âmbar”. Rolim Editora, Lisboa, 1987; “Ernesto de Sousa – Itinerário dos Itinerários”. Galeria Almada Negreiros, Lisboa, 1987 (colaboração e co-organização); “À Sombra de Orpheu”. Guimarães Editores e Associação Portuguesa de Escritores, Lisboa, 1990; “Prof. G. F. Sacarrão”. Lisboa. Museu Nacional de História Natural-Museu Bocage, 1993; “Carbonários : Operação Salamandra: Chioglossa lusitanica Bocage, 1864”. Em colaboração com Nuno Marques Peiriço. Palmela, Contraponto Editora, 1998; “Lápis de Carvão”. Apenas Livros Editora, Lisboa, 2005; “A_maar_gato”. Lisboa, Editorial Minerva, 2005; “À la Carbonara”. Lisboa, Apenas Livros Lda, 2007. Em co-autoria com J.-C. Cabanel & Silvio Luis Benítez Lopez; “A Boba”. Apenas Livros Editora, Lisboa, 2007; “Tríptico a solo”. São Paulo, Editora Escrituras, 2007; “A poesia na Óptica da Óptica”. Lisboa, Apenas Livros Lda, 2008; “Chão de papel”. Apenas Livros Editora, Lisboa. 2009; “Geisers”. Bembibre, Ed. Incomunidade, 2009; “Quem, às portas de Tebas? – Três artistas modernos em Portugal”. Editora Arte-Livros, São Paulo, 2010. “Tango Sebastião”. Apenas Livros Editora, Lisboa. 2010. «A obra ao rubro de Herberto Helder», São Paulo, Editora Escrituras, 1010; "Arboreto». São Paulo, Arte-Livros, 2011; "Risco da terra", Lisboa, Apenas Livros, 2011; "Brasil", São Paulo, Arte-Livros, 2012; "Um bilhete para o Teatro do Céu", Lisboa, Apenas Livros, 2013.
"Poem'arte - nas margens da poesia". III Bienal de Poesia de Silves, 2008, Câmara Municipal de Silves. Inclui CDRom homónimo, com poemas ditos pelos elementos do grupo Experiment'arte. “O reverso do olhar”, Exposição Internacional de Surrealismo Actual. Coimbra, 2008; “Os dias do amor - Um poema para cada dia do ano”. Parede, Ministério dos Livros Editores, 2009. Entrada sobre a Carbonária no Dicionário Histórico das Ordens e Instituições Afins em Portugal, Lisboa, Gradiva Editora, 2010; «A minha vida vista do papel», in Ana Maria Haddad Baptista & Rosemary Roggero, Tempo-Memória na Educação. São Paulo, 2014.
Multimedia “O Lagarto do Âmbar, levado à cena em 1987, no ACARTE, Fundação Calouste Gulbenkian, com direcção de Alberto Lopes e interpretação de João Grosso, Ângela Pinto e Maria José Camecelha, e cenografia de Xana; “A Boba”, levado à cena em 2008 no Teatro Experimental de Cascais, com encenação de Carlos Avilez, cenografia de Fernando Alvarez e interpretação de Maria Vieira.

































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